A  ANISTIA

1964 – militares tomam o poder com um golpe, o general Castelo Branco assume a Presidência da República;

1972 – depois de muita luta e pressão popular, o MDB, partido que congregava as maiores forças democráticas do país, decide incluir em seu programa a luta pela paz nacional (constituinte, anistia, eleições livres). Era o primeiro passo importante do movimento de anistia e claro de democracia;

1974 – é criado, pela dra. Terezinha Zerbini, o Movimento Feminino pela Anistia. No mesmo ano foram criados comitês pró-anistia em vários Estados e em países que possuíam brasileiros exilados;

1978 – é criado o Comitê Brasileiro pela Anistia, que pretendia coordenar os esforços em prol do movimento. Nesse ano, o então senador Teotônio Vilela junto com o então deputado e hoje senador Roberto Freire e João Gilberto Lucas Coelho (também deputado à época), dentre outros, realizaram um minucioso estudo sobre a situação dos presos políticos no país;

1979 – a pressão social organizada levou o governo do general João Baptista Figueiredo a se comprometer a revisar a situação dos inquéritos e processos de cassação e condenação de políticos, e, logo depois, admitir encaminhar um projeto de lei de anistia ao Congresso Nacional. Projeto este aprovado em 18 de agosto e promulgado no dia 28 do mesmo mês.

Centenas de brasileiros voltaram ao Brasil depois de longo exílio, milhares saíram da clandestinidade e outros voltaram à cena política nacional. Partidos políticos surgiram, acabando com a bipolaridade imposta pelo regime militar;

1985 – militares saem da cena política, dando início ao processo de redemocratização;

1989 – realização de eleições livres e diretas.

Algumas curiosidades:

O escritor católico Tristão de Athayde foi o primeiro a tocar no assunto de anistia política após o golpe militar. Foi em dezembro de 1964, quando era entrevistado por uma emissora de rádio carioca, que o escritor dirigiu apelo ao presidente Castelo Branco em favor da anistia;

O senador Josafá Marinho (MDB/BA) foi o primeiro parlamentar que, após 1964, apresentou projeto de lei de anistia.